Direto da Redação
O Rio de desabrigados
As enchentes do Rio de Janeiro causaram morte e dor. Os números preocupam. Segundo dados divulgados pela revista VEJA, são mais de 219 mortos, 16 feridos e 11.562 desabrigados. As causas não são só naturais, a sociedade e os políticos contribuíram para a tragédia.
Fatores geográficos e climáticos resumem a situação. A geografia explica que a inclinação acentuada dos morros propiciou que as águas das chuvas descessem com maior impulso. Além disso, a espessura dos solos é muito fina – 1,2 metros – e por ter baixa capacidade de absorção gerou área de instabilidade e deslocamento do relevo. Somado a isso as galerias de escape da água estavam bloqueadas pelo aumento da maré.
Diante dos fatores climáticos a região sofreu choque de massas de ar quente e úmido, com a frente fria vinda do sul. Os fortes ventos impediram a dissipação da frente fria estendendo a duração da chuva. Que ficaram retidas na região por 14 horas seguidas.
Desconsiderando os perigos de morar na favela muitos governantes ainda estimulam o crescimento delas. Eles ampliam rede de esgoto e calçam ruas para atrair novos moradores. Isso serve como estratégias políticas para conseguir votos, enquanto deveriam barrar o acesso da população a áreas de risco.
‘’É verdade que não podemos criar depósitos humanos, mas a remoção com seriedade e responsabilidade é inevitável’’, afirma o governo Cabral.
Como as devidas precauções não foram tomadas, a tragédia em alguns morros do Rio ocorreu denunciando o descaso com a habitação. E agora o governo culpa a natureza do ocorrido.
Revista veja, 26/04/10
Componentes: Allana Vieira, Dandara Paola, Elvia Mirelly, Fernanda Faro, Francielly Araújo, Jéssica Mota, João Carlos, João Marcos, Rangel, Tatianny e Weverton.