Só com educação jovens podem atender necessidades da economia

Só com educação jovens podem atender necessidades da economia


A designer do estudo global Youthonomics, Cyril Desponts, é categórica ao falar sobre o que é preciso para melhorar a situação da juventude no Brasil: maiores investimentos em educação. Esse é o primeiro de uma lista de itens que inclui promoção de treinamento profissional, acesso a políticas de moradia, maior poder financeiro, controle das finanças públicas e aumento da participação política. “Desenvolver oportunidades educacionais é fundamental para assegurar que as competências adquiridas irão atender às necessidades da economia brasileira”, diz ela em entrevista.

O caminho é longo e muitas dificuldades terão de ser vencidas no país, de acordo com a designer, que se baseia nos dados usados para construir o ranking Youthonomics Global Index, criado pelo ex-presidente do Timor Leste e prêmio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, e pelo ex-chefe de comunicações do International Herald Tribune, colunista e ativista Felix Marquardt.

O estudo avaliou dados de 64 países de acordo com o potencial de prosperidade de pessoas entre 15 e 29 anos em cada um deles. O Brasil ficou na 60a posição no índice geral, que leva em consideração 59 critérios, como taxas de desemprego entre os jovens, qualidade e custo da educação, capacidade de moradia, déficit público, acesso à tecnologia, liberdade religiosa e política.

O estudo tem como público-alvo eleitores, governos, e instituições internacionais, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e agências de risco. O objetivo é trazer os jovens de volta ao centro do debate político mundial. Para isso, a equipe do índex fará campanha nas Nações Unidas e no mundo para a adoção de um visto mundial, chamado Global Youth Visa, que permita que pessoas com menos de 25 anos possam trabalhar por até dois anos em qualquer país-membro.

Outro projeto é medir quanto as plataformas políticas de candidatos a governos pelo mundo têm os jovens como foco. O grupo quer ainda desenvolver um aplicativo para busca de empregos pelo mundo, além da criar uma base anual de dados sobre a juventude.

O desempenho ruim do Brasil foi parecido com o de outras grandes economias em desenvolvimento, como Rússia, Egito e África do Sul. O país ficou à frente apenas de Uganda, Mali, África do Sul e Costa do Marfim. O índice mostra uma clara divisão entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento. As grandes economias mundiais lideram, como mostra a lista, na ordem: Noruega, Suíça, Dinamarca, Suécia, Holanda, Austrália, Alemanha, Finlândia, Áustria e Canadá.

Fonte: Porvir