A TENSA RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIAS E ESCOLAS

Diante da nova fase enfrentada pelo sistema de ensino brasileiro, surge um sério impasse entre pais e professores: a educação vem de casa ou é de responsabilidade total da escola?

         Ao encontrar dificuldades cada vez maiores na sala de aula, o corpo docente tem tentado convencer os pais do quanto é importante a sua participação no desenvolvimento social dos filhos. Em pesquisa realizada pela UNESCO, 78% dos professores apontam o acompanhamento e o apoio familiar como fatores decisivos na formação dos jovens. Apenas 32% indicam a competência do professor como uma das causas principais.

         Em contraponto, a família argumenta que ao preparar o aluno profissionalmente, o professor, automaticamente se responsabiliza pela construção do seu caráter. Acreditando que a sua maior função seja a de possibilitar o acesso do filho à escola, os pais acabam não impondo limites ou dando a atenção e o afeto necessários à criança. Ou seja, isentam-se de seu papel de educadores.

         Em meio a este desacordo, os maiores prejudicados são os estudantes. De um lado, falta-lhes a base familiar adequada; de outro, diminuem-se as chances de explorar seus potenciais ao máximo. Assim, a escola apresenta complicações diversas quando busca conciliar o apoio que lhes é negado em casa com o ensino propriamente dito. Nota-se, portanto, a urgência com que deve-se chegar a um consenso, para que possamos melhorar a situação desta geração e das próximas.