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Inscrições Enem 2017. Façam suas apostas*.


Semana que vem, de 08 a 19/05, estarão abertas as inscrições para o Enem 2017. Sendo hoje o segundo maior exame de seleção do mundo e o principal critério de seleção para 75% das matrículas no ensino superior público, desde o anúncio das datas, já começam as especulações em relação ao número de inscrições que esta edição irá atrair.

O recorde de 9,9 milhões em 2014 será superado? Qual será o impacto das recentes mudanças no exame? E do novo valor da taxa de inscrição?  Como o cenário político-econômico irá afetar a disposição dos potenciais interessados?

Desde 2009, quando ocorreu a modificação mais significativa na prova do Enem e foi lançado o Sisu, ano a ano o número de inscritos veio crescendo, até 2015 quando teve a primeira queda. O impulso vinha principalmente do aumento de vagas no ensino superior que utilizam a nota do exame em seu processo seletivo (vide Sisu e faculdades privadas) e também de uma série de iniciativas do governo federal em patrocinar benefícios condicionados a resultados no exame. Prouni, Fies e Ciências Sem Fronteiras são os principais exemplos dessas ações governamentais.

O público potencial do Enem são alunos egressos do ensino médio, pessoas que já concluíram o ensino médio e querem ingressar no ensino superior e até ano passado, maiores de 18 anos interessados em obter a certificação de ensino médio. É importante ressaltar que desses inscritos em torno de 20% são alunos egressos do último ano do ensino médio. Ou seja a grande maioria são pessoas que já concluíram o ensino médio ou maiores de 18 anos que iriam utilizá-lo para obter a certificação de ensino médio, o que agora não será mais possível.

Mudanças no Enem, contexto nacional e seus reflexos

Dentre as mudanças anunciadas para o Enem 2017 e que poderão afetar negativamente o número de inscritos está o maior rigor para a solicitação de isenção na taxa de inscrição, o aumento no valor da taxa de inscrição e a impossibilidade de utilizá-lo para a certificação de ensino médio. Entretanto, esse impacto será  limitado. Em anos anteriores, quando houve o aumento da taxa, segundo dados divulgados pelo Inep, o número de inscritos pagantes não se alterou em relação ao ano anterior. A possibilidade de ter de comprovar a condição para obter a isenção no pagamento da taxa de inscrição, provavelmente terá pouco impacto sobre as inscrições, visto que mais de 70% dos que obtém isenção são alunos ou ex-alunos de escola pública, para o qual não é obrigatório comprovar essa condição. Entretanto, em 2016 mais de 1 milhão de candidatos inscritos, confirmaram o interesse de utilizar o exame para a certificação de ensino médio. Isso corresponde a 10% do total de inscrições daquele ano. Ou seja a impossibilidade de uso do exame para a certificação tem grandes chances de afetar o número de inscritos.

Já a aplicação das provas em dois dias com um intervalo de 1 semana poderá ter um efeito positivo, motivando novas inscrições, principalmente entre pessoas que estão há mais tempo longe da escola e sem o condicionamento típico de um aluno regular.

A falta de controle do governo federal sobre o programa de financiamento de mensalidades para cursos superiores em faculdades privadas (Fies), acabou gerando uma série de problemas o que tem demandado a sua reformulação e o desinteresse dos estudantes pelo mesmo (veja aqui e aqui). Aliado às dificuldades desse sistema de financiamento governamental há um aumento na oferta de outras alternativas de financiamento, muitas delas patrocinadas pelas próprias faculdades privadas.

Portanto, a redução do interesse pelo Fies é um fator que poderá influenciar negativamente as inscrições no Enem.

Para alguns analistas a altas taxas de desemprego e o cenário político-econômico incerto, também poderá contribuir para o adiamento do projeto de estudos universitários, tanto para as faculdades públicas (onde é reduzida a oferta de cursos noturnos) quanto para as privadas (onde é necessário arcar com as mensalidades).

Fazendo o balanço desses contextos, minha aposta é um número de inscrições entre 7 e 8 milhões. E para você, esta edição do Enem terá quantos inscritos?

 

Fonte: Meritt

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