Equipe: Conexão Informativa - TEMA: A NOVA PROFISSÃO MAIS ANTIGA DO MUNDO
A NOVA PROFISSÃO MAIS ANTIGA DO MUNDO
Se a prostituição é a profissão mais antiga do mundo, como muitos dizem para se manter “viva” ela teve de ir se adaptando aos novos tempos. Já se passou a época que as prostitutas precisavam “bater ponto” nas esquinas para garantir seu sustento. Hoje em dia, cada vez mais as ruas estão desertas deste tipo de atividade e as profissionais do sexo conseguem gerir o seu 'negócio' sem estarem dependentes de intermediários. Com a modernidade o mundo está cada vez mais incorporado pelas novas tecnologias principalmente pela Internet. A prostituição está aprendendo a lidar com os benefícios dessa rede tão abrangente que conecta tudo a todos.
Poucas coisas se adaptam tão bem às novas tecnologias como o mercado do sexo. O primeiro filme pornográfico foi produzido em 1895, no mesmo ano em que o cinema foi inventado. Foi a pornografia, também, que popularizou o uso do VHS na década de 70, pois a concorrente da VHS proibiu a gravação de filmes eróticos. Não é difícil imaginar que a prostituição tenha invadido a internet assim que ela foi criada. O difícil é calcular o crescimento dessas indústrias nos últimos anos – afinal, blogs mudam de nomes, sites são abandonados, novas e velhas profissionais entram e saem do mercado – mas os americanos têm um número aproximado para essa tendência. Sudhie Venkatesh é um sociólogo da universidade Columbia que durante 10 anos analisou a prostituição em Nova York. De acordo com sua pesquisa, em 2003, em 83% dos casos as garotas de programa encontravam clientes no tradicional tête - a - tête. Em 2008, esse número havia caído para 57%. E, já na época em 25% dos casos, as meninas conseguiam clientes por meio do Facebook. Hoje, Venkatesh calcula que 83% das profissionais angariem clientes pelo Facebook – e que a rede social se transforme, ainda em 2011 no maior serviço de prostituição online do mundo.
Venkatesh afirma que os homens estão mais comportados na vida real, utilizando as redes sociais para buscar parceiras. A tecnologia permite que os clientes das prostitutas tenham privacidade para procurar e conversar com as garotas. Por outro lado, as profissionais do sexo conseguem controlar melhor sua imagem pela rede, podendo controlar seus preços e publicar imagens tratadas online.
No Brasil, não é muito diferente. Orkut, Twitter e blogs viraram cartão de visita das garotas de programa e deixam bem claro o serviço que cada uma fornece (“beijo na boca: sim; oral sem camisinha: sim; anal: não”). Em termos práticos a Internet facilitou o trabalho das prostitutas. Sem intermediários, quando elas negociam diretamente com os clientes ficam também com todo o dinheiro para si – cafetões e agentes costumam embolsar no mínimo 50% dos cachês das meninas. Algumas aceitam até pagamento em cartão de credito.
A mais famosa expoente da prostituição na internet no Brasil é Bruna Surfistinha, que ficou conhecida graças a um blog que descrevia o dia a dia do seu trabalho e que virou filme este mês. Bruna se tornou garota de programa em 2001, mais teve de começar a carreira do modo tradicional: oferecendo os seus serviços a uma casa de prostituição. Em 10 anos, muito mudou.
É analisando a mercadoria, que os usuários dos fóruns de discussão de prostituição discutem os detalhes das meninas e dão dicas e pechinchas das mais indicadas. Só assim, dizem eles, é possível ter certeza de que estão contratando as garotas que mais combinam com seus gostos. A lógica é a mesma do site de compra online: o interessado tem à disposição dezenas de resenhas para comparar preços, serviços e ofertas. E, caso a menina seja “mau negócio”, já evita o contato. De acordo com o estudo americano, 22,4% das fotos de prostitutas online não retratam as meninas de verdade.
As enganações, no entanto, também acontecem para o lado das garotas de programa: Muitas vezes, elas são abordadas por homens que não pagam pelo programa, que aparecem drogados ou, pior, que são violentos. Por isso, é comum também que as garotas de programa troquem informações sobre clientes indesejados em tópicos voltados especialmente para elas e aos quais só elas tem acesso. Às vezes, a queimação é mais pública e elas colocam o nome, telefone e email dos homens caloteiros em seus sites e blogs. Mas, de um modo geral, as resenhas nos sites são aprovadas pelas garotas de programa: quanto mais críticas positivas recebem mais trabalhos elas conseguem. A prostituição, na verdade, se apropriou de todas as vantagens da Internet (troca de informações, sites colaborativos) para lucrar.
Os serviços mais procurados na prostituição são justamente os hábitos sexuais mais arriscados. As prostitutas mais bem avaliadas – e, por conseqüência, com mais clientes – são as que mais arriscam a saúde. Ainda assim, a Internet trouxe mais vantagens do que desvantagens para as garotas de programa que se sustentam online. Dessa forma não vai haver mais nada que as faça voltar para as ruas. (Fonte adaptada: Super Interessante - Março 2011)
Turma: 3ª série do Ensino Médio
Grupo: Conexão Informativa / Componentes: Andressa Felipe, Bruno Rafael, Felipe Barreto, Ínela Melissa, Ítalo Sousa, Joice Oliveira, Leonardo Vanderlei.
Trabalho sob a orientação da professora de Redação Viviane.